Há pouco tempo,
recebi a notícia de que uma amiga estava passando por um momento muito complicado que
parece desembocar, em definitivo, para o fim de um relacionamento de anos. Uma
decisão difícil, não do ponto de vista pragmático e racional, mas do ponto de
vista emocional! Essa hostória de "aconteceu com uma amiga" pode até parecer um clichê, mas não estou falando de mim,
acreditem. Não que eu esteja imune a esse tipo de dor (acho que ninguém está), mas foi a dor dela que me comoveu profundamente.
Trata-se de alguém
que, mesmo sem querer, ama demais e talvez em vão.
Nessas horas, falar em “se valorizar”,
“gostar primeiro de si”, etc..., etc...,
etc..., são só palavras sem raiz diante de um sentimento que não se escolhe e é
muito difícil de dominar.
É lógico que, se
fosse possível, ninguém escolheria sofrer, mas a questão é que nem sempre é
assim que funciona. Nós não somos máquinas viventes, cujas emoções são
controladas por um botão de liga e desliga (pelo menos não as pessoas que são
verdadeiras). Sobreviver assim, de forma fria e superficial, a partir da
exploração do vazio, pode ser fácil para esses aloprados que não sabem o que é
gostar de verdade, mas não para quem compreende que os sentimentos de alguém
são o bem mais importante que se pode ter.
Pensando numa forma
de deixá-la protegida, a partir de um distanciamento seguro e necessário em relação
a tudo o que fere, descobri essas palavras assinadas por A. Sophia e decidi
compartilhar com vocês, mas não antes de encaminhar para ela, claro.
NÃO PERTURBE, POR
FAVOR!...
A porta está fechada.
Significa que você não pode entrar...
Significa que eu preciso de paz, a santa paz que só encontro com a
distância de tudo o que diga respeito a você, ou melhor, de tudo que diga
respeito ao que espero de você...
Significa que decidi ficar longe de confusão, longe de fantasias e longe de ilusões...
Significa proteção para nós, principalmente para você, que ficará
do outro lado do abismo cavado...
A porta está fechada e atrás dela estão, a salvo, todos os
segredos, todas as expectativas e todos os sentimentos que sobrevivem à
realidade de estarmos juntos...
Eu não quero abrir a porta, tenho medo de não encontrar nada no
meio dos escombros...
Tenho medo de quebrar, sem querer, algo valioso que ainda exista, muito embora eu já nem saiba o valor de nada...
A porta está fechada para mim também...
A única dúvida que tenho, agora, é se devo jogar a chave fora...
A. Sophia.