Bem, quem me conhece sabe que eu não sou o que se pode chamar de
fã do esporte e, dentre eles, muito menos do futebol. Acho um pouco entediante
dedicar tanto tempo (90 minutos parecem durar uma eternidade...) para ver
pessoas correndo atrás de uma bola num espaço tão grande. Sinceramente, apesar
de não entender como isso consegue gerar uma comoção nacional e como a paixão
por um time pode ser levada tão a sério, eu respeito o sentimento e acho bonito
ver o (bom) espetáculo do coletivo de algumas grandes torcidas.
Acontece que ontem, até eu tive que me render a um toque genial
de um homem numa bola.
Foi meio sem querer, estava em casa, trocando os canais da TV (com a certeza absoluta de que não iria parar de apertar os botões do controle justamente na emissora que transmitia o jogo), quando vi aquela preparação para a cobrança de uma falta. A barreira estava formada, era uma parede de homens e havia um outro, solitário, distante cerca de 19 metros de seus adversários (pelo menos assim marcava o recurso visual na tela); ele só tinha a bola por companheira e uma ideia, a de enganar a todos, inclusive a quem assistia a cena. Foi isso que aconteceu, ao sinal do juiz, o jogador/gênio se afastou da bola, deu um pequeno e rápido pulo - que levou todos os tijolos do muro a saltarem - e aí, no momento certo, com um simples e certeiro chute na bola ele fez com que ela fosse para o seu devido lugar, o canto da rede do time adversário, passando pelo caminho menos provável daquela confusão, por baixo dos pés dos adversários... Foi como se eles tivessem tido medo da Sra. Redonda e consentissem que ela por ali passasse...
Depois de alguns segundos, o grito de gol do locutor
testemunhava o gesto de inteligência e precisão. Espetacular!
Quem gosta de futebol garante que esse jogo ficou na história. O
fato é que não tenho certeza do final do placar, não sei se era final de algum
campeonato, nem que campeonato era, mas a cena que testemunhei ficou na minha
cabeça só para provar que o talento se exprime de várias formas e deve ser
respeitado por todos, inclusive por aqueles que, mesmo sem entender “lhufas”, do assunto tenham sido tocados
pela arte.
Ah, consegui capturar na internet a cena. Apreciem!