Depois da passagem de alguns anos, me descubro
com idade suficiente para fazer o papel de testemunha da história. De repente,
me deparo com fatos tratados, hoje, como marcos de acontecimentos e mudanças,
fatos que vi, sobre os quais li em muitas páginas de jornal e foram até capas
de revista, mas que, hoje, já se encontram nas páginas finais dos livros de
História das escolas.
Alguns fatos foram verdadeiras tragédias que
tiveram por pano de fundo a violência e a desigualdade social latente, pessoas
que morreram aos grupos, aos montes, gente grande, gente pequena, gente
inocente e outros nem tanto.
Certos acontecimentos pontuaram escândalos
políticos, forjados como fatos históricos e urgentes que ganharam força juvenil
e colorida, mas de consciência política mais verde que amarela.
Alta, queda e estabilidade de preços, políticas
públicas de cunho econômico e, depois, social, políticas igualmente relevantes
e absolutamente complementares. Pelo menos é essa a impressão de leiga e mera
testemunha que tenho daqui do meu cantinho.
Doenças do século, ausência de curas e
prolongamento da vida. Mudanças de comportamento social e falta de tolerância.
Já vi até prédios no caminho de aviões (e com
muita gente dentro)!... Vê se pode...
A cada momento a informação foi sendo mais rapidamente
disseminada, mas o seu conteúdo se tornou muitas vezes questionável, em tempos em
que o imediatismo parece ser mais relevante que a verdade.
O fato é que a roda
tem girado rápido demais e, como viajante inserida no seu curso, em certos momentos,
tenho vontade (necessidade mesmo) de me abstrair para ver se é tudo verdade ou
delírio coletivo. Constatação lógica: trata-se da inexorável passagem do tempo
(comigo dentro). GRAÇA A DEUS!...